Antes de começar já haviam barulhos

Como menção honrosa vale a pena publicar as primeiras tentativas de gravar na sala de casa os barulhos organizados brotados dos sentimentos lá de 2019. Foi antes de meu aniversário então eu tinha 20 anos. Logo quando comprei com o suado dinheirinho uma interface de áudio. Em no máximo 7 dias tudo estava feito. Passava das primeiras horas da manhã até as primeiras horas das manhãs do dias seguinte tocando e manipulando os barulhos. A empolgação que sempre aparece numa nova chance estava gigante. E tudo que eu fazia era gravar as músicas já prontas e quaisquer improvisos que soassem bem. Não sabia nem falar com um microfone na mão e balbuciei letras em inglês. Born Under a Bad Sign do Albert King e Where Did You Sleep Last Night do Lead Belly (não escrita pelo Nirvana) foram as que eu não escrevi. Mas que tinham que estar lá já que o Blues era o que soava na mente e me mexia forte. Ainda mais numa época complexa em que eu agarrava pesos invisíveis me sentindo engessado e afundando. Como talvez qualquer ser humano já esteve na vida.

Lembrei de um desenho que o amigo querido André fez no Paint enquanto pensava numa crush imaginária fã de Blur. Ele a chamou de Heleninha, e nada mais justo que colocá-la na capa. Já que inventei de mexer eu mesmo na mixagem acabei desregulando vários dos parâmetros sem querer. E depois coloquei tudo no Bandcamp, onde um engenheiro de áudio americano gostou do som e propôs de mixar na Arkon Audio, empresa dele. Aceitei feliz e paguei em dólar com uma ferida aberta na carteira. Depois recebi os áudios que hoje estão disponíveis. Só que eu tinha enviado os originais todos alterados logo de início. Então os chiados vieram daí. Hoje eu digo pra mim mesmo que a estética dá um charme. Mas agora quem ler aqui sabe, nada foi intencional. Mas até que combina o Q das músicas e com a história toda.

https://gustavokudo.bandcamp.com/album/heleninha